sábado, 1 de setembro de 2012

Amadurecendo o verde


Unir o útil ao agradável, as tendências do design de móveis, a oferta das lojas populares e o nosso ideal de bom gosto e conforto é sempre um desafio. Na montagem da nossa sala de estar, tão logo definimos nossa preferência por móveis de madeira partimos pela  rua Teodoro Sampaio e pelo Center Lar em busca das opções que iam desde os modelos mais rústicos até os mais requintandos no estilo Luis XV. Encontramos a Todesco, loja que oferecia excelente custo benefício, com opções bonitas e resistentes.



Geralmente as estampas florais das almofadas eram muito coloridas, em tons vibrantes e cansativos. Encontramos duas opções mais interessantes: tecido em base salmão-pastel, que combinaria com as cores mais ligadas ao rosa naturalmente presente nas decorações provençais, mas muito feminina para receber os amigos do marido, por exemplo. A outra opção mais viável era um tom chamado "erva doce", além de neutra para meninos e meninas, também mais suave.


 Apesar do verde não ser uma cor que povoava a minha imaginação, a escolha inusitada   era um desafio prazeroso. Então saí em pesquisa pela net para testar algumas hipóteses de tom sobre tom e de junção de tal tonalidade com o azul celeste que era a minha cor inicial.

Nossa primeira abordagem em embuia, erva doce, dourado e branco sem muito contraste de cores. 
Aos poucos quero deixar com almofadas variadas assim:


almofadas diversificadas em muitas técnicas de craftwork

 Aos poucos tenho visto outros móveis de madeira que têm sido lançados até mais bonitos, com a madeira torneada, bem mais bonitos e mais caros. Quanto ao estofado, um olhar mais atento ve percebi que  havia uma ampla gama de possibilidades de utilizar o verde, o azul, as flores. Além do que, parece que estes tons estão em alta!

Novela da Globo: Empreguetes

Are You There, Chesea?, Warner Chanel


Em Two and a Half Men, Warner Chanel

Em The Middle, Warner Chanel

Opção mais azulada no The New Adventures of Old Christine, Warner Chanel

poltrona para compor...  adorável luminária. Só a cortina igual ao papel de parede que acho opção muito "pesada"


outra poltrona verde, mais clean. Com almofadas craft! GOstei da junção do verde com  lilás!

azul e verde, bem intuitivo, com bambu em cor natural. Meio náutico demais pro meu gosto, né?


Hum... esse verde com branco e dourado, nada mal! Só não curti o branco e preto da almofada.
e que bonito este em tons mais terrosos. Deixo o laranja para compor a decoração do banheiro
Com matrioshkas, minha cara! Não gostei da almofada multicolorida. Já disse que prefiro pastéis!
Sofá não é verde, mas a composição ficou bem bonita. Campesina, né!?


Ah, e tem uma opção floral de bom gosto que a espertinha da Tokstok lançou a preço de ouro.

para os amantes do azul, das flores e do provençal. Linda essa coleção romântica deles. As vitrines nas lojas físicas ficam lindas com os móveis brancos da linha.







Achei umas fotos que tirei na loja da Marginal Pinheiros. Na caruda!

Mais uma, câmera escondida!

Yesl! Posso mudar pra cá agora?

 


Aos poucos a gente chega lá. Vou postando os avanços. Agradeço se tiverem sugestões!

terça-feira, 24 de abril de 2012

Nossa "Mansinha Suspensa"

Desde setembro do ano passado estou morando no meu lar doce lar, vulgarmente chamado pelo maridão como "mansinha suspensa". O que para os outros é um apezinho antigo, de 64m2, sem elevador nem garagem, para nós é uma modesta mas aconchegante mansão construída no alto... do 3º andar de um prédio localizado na zona oeste de SP, que amamos. Lugar arborizado, repleto de livrarias e próximo à av. paulista e a 3 das mais importantes universidades de São Paulo. 


Além disso, olhem só, da nossa janela temos uma paisagem interessante - de uma espécie de matinha preservada, uma das últimas remanescentes no bairro.

Gatinho da vizinha sobre o muro que separa nosso condomínio do terreno baldio



Vista panorâmica da janela do meu quarto, dá pra um gasto, hã? A dona da varanda dessa casa que dá para os fundos do meu prédio sempre coloca frutas para atrair passarinhos lindos

Confesso que decorar um espaço relativamente pequeno, com orçamento reduzido e cuidando de um bebê recém-nascido me tem exigido muito tempo e esforço. Com isso, em termos de artes, artesanato e decoração tenho realizado um trabalho mais intelectual do que braçal.  Isso porque já tenho uma tendência a planejar, pesquisar referências inspiradoras e imaginar demais. Outra porque minha prioridade tem sido o bebê, fazendo com que eu me sinta meio tolhida na capacidade de ir e vir em busca de materiais ou de concentrar-me por no mínimo 30 minutos em uma única atividade sem ser interrompida por suas gritinhos de sono, fome ou pedindo minha companhia. 


Com isso, não tenho colocado a mão na massa tanto quanto gostaria, mas tenho assinado revistas de decoração, dentro  do perfil "do it yourself" tipo a Decorar Mais por Menos e a Make, que adoro. Também tenho recorrido frequentemente aos blogs nacionais mais referendados neste quesito (que ilustram a coluna de links indicados à vossa direita)


Talvez um grande avanço na história da decoração da minha mansinha tenha sido aos poucos definir os estilos, paletas de cores, possibilidades. Como desde os preparativos do casório estava numa fase laranja+azul e, modéstia à parte a decoração das mesas com candelabros azul royal e gérberas laranjas ficou muito bonita, tendia a reutilizar os objetos de decoração comprados para a festa também na decoração da nossa sala. 


Lembrancinhas do casório, chaveiros de coração e flor em tons alaranjados e azuis, elaborados a 4 mãos: eu, o marido, a irmã e o cunhado


Coincidentemente na viagem de lua de mel e a partir de presentes de amigos acabei reunido objetos de decoração para a casa nestes tons.


Linda Costureira comprada em Aracaju

Matrioshka presente da mamys + casinha de passarinho em patchwork comprada em Aracaju

Kusudama presente da amiga Stella Maris feita no ateliê Viva Origami

O laranja era uma cor meio inusitada para mim que sempre adorei branco, rosa e lilás. Mas, de repente, achei que suas variações dariam detalhes bonitos, vibrantes. Ainda mais com o azul ficaria ainda mais interessante porque suaviza o "calor" do tom. A designer Bonfa também dedicou um post ao assunto que me ajudou muito na época da decoração da festa do casório.

Por enquanto, dediquei a combinação laranja-azul predominantemente ao banheiro, já que na dinâmica da casa os outros cômodos estão se configurando aos poucos a partir de outras cores e outras combinações.


O banheiro: toalhinha em patchcolagem + caixinha em pátina e decoupagem

Detalhes: móvel farmacinha feito por artesão amigo e cesto flexível para roupas sujas normalmente jogadas pelo marido sem nenhum critério de organização. Ah, espelho lindo herdado da avó do marido em tom de madeira dourada original 


No próximo post prometo que falarei da minha paixão repentina pelos sofás VERDES.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Ricardo Darín

Não é propaganda da NetMovies, mesmo porque, existem vários serviços similares de locação online como o da BlockBuster, NetFlix, Pipoca, SkyOnLine, etc... O fato é que considero uma mão na roda escolher e receber filmes em casa, e melhor ainda seria se minha tv fosse smart e eu pudesse assistir filmes, seriados e programas diretamente da internet. Enfim, ainda que usando a mídia convencional, sou fã desse tipo de serviço. Além da comodidade, o preço dos pacotes mensais é muito bom se considerarmos que um plano médio com direito a 10 locações/mês sai quase o mesmo preço de locação de um único DVD numa locadora como a 2001, por exemplo.

Se para os cinéfilos a tarefa de incluir em média 30 filmes na lista de desejos seja fácil, admito que tive que pensar, repensar, e pedir sugestões para o marido, parentes e amigos. Aproveitando um dos poucos pontos comuns entre meu gosto e do marido, os filmes argentinos, claro que busquei a filmografia de Ricardo Darín,  que deve ser o ator argentino de cinema mais famoso, tal qual o Selton Mello é para os brasileiros.


Ricardo Darín - belos olhos azuis meio oblíquos


Já tinha assistido alguns filmes adoráveis com ele:
O Filho da Noiva
O Segredo de Seus Olhos
Clube da Lua

Os três são lindos, emocionantes e famosos, altamente recomendáveis. Estou muito curiosa com o mais recente filme em que ele atuou chamado O Conto Chinês, mas por ser lançamento estou numa espécie de fila de espera.

Recebi ontem um outro filme com ele chamado O Mesmo Amor, a Mesma Chuva, um romance dirigido por Juan José Campanella, que também dirigiu o Filho da Noiva e com a participação de Soledad Villamit (linda atriz e cantora, também presente naquele filme). Confesso que apesar dos dois ótimos atores, a história não atingiu as minhas expectativas, achei os diálogos um pouco chatos e o conflito principal (encontros e desencontros do casal) pouco aprofundado. De repente o conflito se instala, o humor muda, e você não entende muito bem o porquê. O personagem de Darin é um jornalista talentoso, um homem sensível, que valoriza os amigos, mas que se deixa levar por diversas tentações ao longo da vida, como paqueras fáceis que culminaram numa traição conjugal, a falta de solidariedade com um amigo que lhe pede emprego e que desembocou num eterno sentimento de culpa e dívida, e o comodismo intelectual que lhe impediu de seguir sua carreira como escritor de contos e romances e o aprisionou num emprego como colunista de um jornal medíocre escrevendo matérias "encomendadas". Na história do casal de protagonistas a convivência evidenciou seus diferentes pontos de vistas e de atitudes perante a vida. Ela mais corajosa atirou-se rumo aos sonhos, abandonou o antigo namorado ausente e seu emprego de garçonete para dedicar-se ao novo romance e ao mundo das artes sem se preocupar tampouco com questões financeiras. Com isso, ao mesmo tempo em que seu discurso assumia uma atitude de acusação, cobrando que seu parceiro também fosse mais arrojado a fim de voltar a escrever e publicar seus contos, ela não só invadiu sua privacidade ao compilar e corrigir suas obras sem sua autorização, como de certo modo relegou-o a assumir uma atitude compensatória à dela, reagindo com fúria e rejeição àquela convivência que o tirava da zona de conforto ao incitar-lhe a buscar seus sonhos.

Darin e Villamit - ela sempre elegante com suas belas madeixas negras e ligeiramente onduladas


Outro filme que chegou aqui em casa com o Ricardo foi Abutres. É interessante, dinâmico mas o tema em si é muito pesado. Conta a história de uma médica socorrista que trabalha numa ambulância e uma espécie de advogado que vai atrás de vítimas de acidentes a fim de convencê-los a abrir processos que possam gerar boas indenizações. O tema já não é  muito convidativo pelo teor trágico e violento, além do mais as imagens são muito fortes. Sou partidária de assistir mais coisas belas e harmoniosas do que as feias, pois de tristeza já basta algumas situações da vida...

Pois é... por enquanto, da filmografia de Darín recomendo apenas aqueles três filmes anteriormente citados e olhe lá. Vamos aguardar pelo Conto Chinês. Depois comento.

Mais uma foto de Soledad em bela produção. O Fundo verde sob a imagem acinzentada me chamou a atenção pois estou numa fase particularmente esverdeada em termos de decoração de salas... nos próximos posts discutirei a questão.




quarta-feira, 7 de março de 2012

Tardes Vazias

As novelas são uma arte diferente. Não são documentário, mas pretendem simular a vida real. Não são literatura mas têm romance, personagens, diálogos e contam uma história. Não são cinema mas usam imagem, fotografia, enquadramento, figurino e cenário para emocionar, encantar, criar uma ilusão.

Assim como aconteceu com o carnaval e com a pizza, o Brasil conseguiu desenvolver um modo muito particular de fazer novelas, diferente do modo como o resto do mundo faz. Refiro-me logicamente à rede Globo, líder de audiência que em muitos e muitos anos de prática (a produzir no mínimo três novelas por dia) conseguiu chegar a um patamar de excelência não apenas almejado por várias emissoras (que ainda produzem cenários que parecem de papelão e têm o triste fardo de contratar os piores atores do mercado), mas também exportado para o mundo todo. Cá entre nós, críticas à parte, nossas novelas globais até que não fazem feio se compararmos com seriados, novelas e outros programas da tv mundial que chegam até nós via TV a cabo.

Fato é que a TV Globo, ainda neste quesito líder de audiência, tem dinheiro para contratar os melhores profissionais que incluem desde os operadores de câmera, diretores, atores e preparadores de elenco, construir os cenários mais realistas e detalhados e investir em equipamentos muito caros como as câmeras que têm um determinado filtro que faz a imagem sofrer um embelezamento, ou seja, a pele dos atores fica sedosa, com um brilho acetinado.

Quem me conhece deve estar estranhando, pois passo longe de ser uma noveleira. Mas elogios são o justo contraponto às corriqueiras críticas que podem ser tecidas frente a defeitos que minha opinião tornam algumas novelas intragáveis: o péssimo roteiro, repleto de clichês, diálogos fúteis, reviravoltas desnecessárias só para encher linguiça, merchandising explícito, etc. e etc.

No entanto, em meio a tantos mecanismos que fazem as telenovelas globais produto de natureza controversa, é possível pressentir a arte, fenômeno que quando menos se espera arrepia os poros do telespectador atingindo de modo implacável o campo da subjetividade. Não se sabe bem o porquê, em alguns casos algumas novelas movimentam sentimentos, pensamentos e comportamentos, lançando um sutil convite à devoção. E quando menos se espera você está imerso num ritual diário muito natural, suave, que não te exige muito raciocínio, só seus olhinhos abertos e conectados às cenas. Você viu a cena do acidente que Manuela e Ana sofreram em A Vida da Gente?

O mote a partir do qual a maioria das novelas são escritas não me agrada mas essa novela por diversos e difusos motivos entrou para o rol de favoritas ao lado de Que Rei Sou Eu?, Vamp, A Lua Me Disse e Cordel Encantado.

Primeiro, ousadamente ambientada no sul do Brasil, deleitou os olhos de quem vive no eixo Rio-São Paulo e já curte o suficiente as paisagens cinzentas e poluídas das grandes cidades. Transitando no clima provençal de Gramado e Porto Alegre a cenografia foi impecavelmente delicada, primorosa. Dona Iná morava numa espécie de casa de bonecas, mas praticamente todos os personagens, cada um no seu estilo, morava em lares repletos de referências altamente desejáveis e atuais em termos de decoração: padronagem floral nos tecidos, petit poás, listras, peças de patchwork, crochê, papel de parede,  tons pastéis, paredes repletas de quadrinhos ou pratos decorativos, luzinhas com copinho em formato de flor, abajur feito com xícaras sobrepostas inspirado no filme Alice... (suspiro). Cada detalhe parecia evocar a doce ilusão olfativa de que a qualquer momento um bolo de laranja quentinho sairia do forno ao cheirinho de café fresco. Aliás, Fernanda Medeiros dedicou um post em seu A Casa Que A Minha Vó Queria com as fotos da casa da dona Iná!

Também chamava a atenção a fotografia e a música, e o enquadramento sempre emoldurado por algum objeto muito característico do cenário de modo a ressaltar a imagem central das cenas. Se não me engano o núcleo responsável pela novela pertence ao diretor da Casa das Sete Mulheres, preciso dizer mais? Mesmo assim, eu digo: a autora da novela é fã de Clarice Lispector, daí que toda a trama se desenrolou em torno de conflitos psicológicos, reverberações introspectivas sobre fatos "tabu" da vida, revisões sócio-culturais sobre a quebra de paradigmas especialmente dos papéis exercidos por  homens e mulheres nos campos profissionais, familiares, amorosos.

O texto se alongou demais... acho que me empolguei ao falar da obra. É a saudade. Talvez os posts por aqui fiquem mais frequentes agora que minhas tardes estão vazias  (Fazendo um pouco de drama).


Falando em casa de boneca, esta imagem em surrupiei do catálogo da Kleiner Schein fábica de móveis de Santa Catarina. Se você der uma olhada no site e morar em São Paulo como eu vai se arrepender amargamente de morar tão longe e depender de lojistas representantes da fábrica que enfiam a faca.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

desculpas pelo longo hiato

Sempre, desde que me conheço por gente, tive o sonho de ser mãe. Sério, lembro-me aos 6, 7 anos de idade, fantasiando uma cena com o menino que eu gostava, nós dois a bordo de um  trem (!) indo viver em algum lugar felizes para sempre. Acho que independente da pessoa daquele menino, que já nem me lembro mais o nome (acho que era Gustavo), tampouco do seu rosto (só que ele tinha um cabelo "tigelinha" loiro), já precocemente se desenvolvia em mim o sonho de ter uma vida adulta repleta de conquistas burguesas... um marido, uma casinha, filhos. Apesar do discurso educativo de minha mãe para que não me tornasse uma típica dona de casa, ou seja, para que priorizasse os estudos e a profissão, tive a sorte de apesar de minha dedicação abnegada ao mundo das ideias, obrigações e tarefas concretizar meu sonho.
Mesmo que tardiamente (para minhas infantis expectativas, já que as brincadeiras de menina prediziam que me casaria as 23 anos) estou curtindo digitar este post aos trinta e poucos anos, com um menininho de 6 kg pendurado em meu peito,  revezando-me entre os deliciosos cuidados da casa, os inúmeros e ininterruptos cuidados a um bebê e os poucos instantes de intervalo em que dá vontade de fazer tudo ao mesmo tempo: terminar meu quadro bordado  em ponto cruz, começar um tapete em crochê, navegar na internet, escrever neste blog algo de útil e brilhante que conquiste alguns poucos mas fiéis seguidores... ou simplesmente ter um tempo para comer algo, tomar banho ou dormir.
Mesmo que eu queira fazer tudo e ainda não faça exatamente algo, estou fazendo muito. Tenho assistido a muitos filmes que alugo pelo sistema da NetMovies, tenho assistido a muitos seriados da Warner, especialmente Friends e The Big Bang Theory, acompanhado todos os noticiários da tv aberta mais os da GloboNews, tenho feito algumas sobremesas (bolo de chocolate, de cenoura, pudim de leite condensado e a deliciosa gelatina com creme do Tudo Gostoso) e tentado ler alguns capítulos de livros, sim, porque ler o livro inteiro já seria pedir demais para alguém que dorme em média de 4 a 6 horas picadas por dia, portanto não atinge o sono REM e está com dificuldades de atenção e concentração.
Portanto, vou falar nos próximos posts um pouco sobre minhas impressões, opiniões, sugestões e dúvidas sobre esse pequeno universo particular do qual tenho usufruído.

Meu Lar Doce Lar
Bordado - ponto cruz (inacabado)
                                                                                                         

quinta-feira, 14 de julho de 2011

encontros amistosos sob a lua parisiense

Foi irresistível assistir a um filme que vinha sendo tão bem comentado por amigos de bom gosto.
Meia noite em Paris é uma história que começa despretensiosa e quando você percebe já está totalmente simpatizada com ela.
Como um enredo surreal e inocente, construído sob o mote das viagens no tempo tornou-se respeitável a ponto de suscitar empatia, reflexões filosóficas, para muito além das comédias ou filmes de ficção científica?

Talvez uma das justificativas seja que o grande mistério do filme permanece a todo tempo irrelevante e ninguém se preocupa em externar uma explicação racional. O foco é a narrativa que convida o expectador à introspecção, ao devaneio, à NOSTALGIA que tenta preencher as lacunas do passado de acordo com nossas próprias necessidades, modo a conferir um pouco de graça às insatisfações da vida presente. 
Durante as peripécias do protagonista é como se nosso potencial nostálgico também se questionasse: e então, se estivesse perambulando pelas ruas de Paris quem eu gostaria encontrar? E o melhor, em que época?

No entanto, ao invés de ser uma crítica aos eternos nostálgicos, Meia Noite em Paris exemplifica o quanto nossa fantasia pode inspirar, ao invés de paralisar. Se nos dedicarmos a rituais que nos coloquem em contato com nossa nostalgia de modo a dialogar com ela por meio dos personagens que amamos ou odiamos, integramos à nossa capacidade consciente potenciais psíquicos que podem ser importantes aliados no processo de auto conhecimento e desenvolvimento. A partir destas experiências  descobrimos o que nos faz feliz, mudamos os rumos da nossa vida, nos desfazemos do que nos desagrada no tempo presente, melhoramos nossa racionalidade e desenvolvemos talentos.

Meia Noite em Paris é um filme, quase um exercício de nostalgia quanto à capacidade humana de encontrar e dialogar. Nem que seja para viver diálogos que revelem quais são as pessoas e as coisas que não queremos mais nas nossas vidas, e quais os caminhos que queremos trilhar, tão logo venha o nascer do sol.  


quarta-feira, 6 de julho de 2011

esportes, guloseimas, vitórias e soluções mágicas: A Pedra Filosofal de Potter transformando o cotidiano em ouro

Filosofar a respeito da obra Harry Potter é irresistível na medida em que o livro se tornou uma referência literária desde a década passada, sujeita a todo o tipo de avaliação positiva ou negativa, já que criticar é sempre mais fácil do que construir. Se considerarmos o sucesso cinematográfico que se repetirá no lançamento do segundo episódio do filme As Relíquias da Morte nos cinemas no próximo 15 de julho, a espantosa venda dos livros da autora J.K. Rowling deve se  prolongar ainda por muito tempo, mesmo  após quatro anos do lançamento do sétimo e último volume da saga.
Como compartilhei no post anterior, comecei a ler a obra por curiosidade (ou certa inveja ou desejo de aprender sobre a carreira meteórica da Rowling) então fiz questão de equilibrar minhas habilidades críticas e fanáticas com igual empenho.
O fato é que terminada a leitura do primeiro volume da série Harry Potter e a Pedra Filosofal posso admitir que se trata de uma obra muito interessante, bom entretenimento para qualquer idade e para qualquer leitor imaginativo,  justamente porque  nos coloca diante de alguns temas com os quais temos que lidar a todo momento. É uma narrativa que une aventura e a sensação de superação de limites (sejam temores reais ou terrores sobrenaturais que povoam a vida de qualquer um). Também compartilha certos códigos sociais que de certo modo já aproximam os jovens em formação dos desafios do mundo capitalista. Tudo isso numa linguagem rápida, clara, lançando mão do bom humor, ferramentas especialmente úteis à reflexão de seres humanos que não temem experimentar as surpresas dos famosos "feijõezinhos de todos os sabores" que, no relato da autora, mesmo um tanto exóticos são irresistíveis e servem para adoçar nossa boa e velha criança interior.